A fim de provar que a ciclóide é uma curva tautócrona, Huygens considerou a seguinte situação. Tomem-se uma ciclóide e os seguintes pontos:
Nestas circunstâncias, Huygens estudou a relação entre dois tempos e dois comprimentos:
Huygens provou então que t1⁄t2 = c1⁄c2. Que a ciclóide é uma curva tautócrona decorre agora do que acontece no caso extremo em que E = A, que é aquele que surge na próxima figura:
Nesta figura também se podem ver a semi-circunferência com extremidades em A e em D, da qual o segmento que une A a D é um diâmetro e com a concavidade voltada para B, o ponto C onde esta semicircunferência intersecta a recta horizontal que passa por B e o segmento que une C a A. Neste caso, c1⁄c2 é o quociente do comprimento de uma semi-circunferência pelo comprimento do respectivo diâmetro, ou seja, é π⁄2. O tempo t1 é o tempo que um objecto leva a deslizar, partindo de B à velocidade nula, até chegar ao ponto mais baixo da ciclóide. O tempo t2 é o tempo que leva um objecto a deslizar ao longo do declive de B até Θ, a uma velocidade constante, que seja metade da velocidade que um objecto adquire ao deslizar, sob a acção da gravidade e partindo da velocidade nula, ao longo do mesmo declive. Huygens provou que este tempo é igual ao tempo que um objecto leva a deslizar de B até Θ sob a acção da gravidade e partindo da velocidade nula. Mas Huygens também provou que o segmento que une B a Θ tem os mesmos declive e comprimento que o que une C a A. E, como já Galileu sabia, o tempo de descida ao longo deste último segmento é igual ao tempo de queda na vertical de D até A.
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Data da última actualização deste documento: 2012–09–28
Autor: José Carlos Santos