Evolução do Cabedelo do Douro
A Faculdade de Ciências da Universidade do Porto tem desenvolvido, desde há mais de 20 anos, trabalhos de monitorização do Cabedelo do Douro, que é conhecido por ter uma grande dinâmica de alterações. Estes trabalhos decorrem no âmbito de uma colaboração com a APDL (Administração dos Portos do Douro e Leixões) e de projetos de investigação conjunta com o grupo de Monitorização e Gestão Costeira do CIIMAR.
Para resolver os problemas de instabilidade do cabedelo, foi construído pela APDL, em 2006, um molhe destacado. Os trabalhos de monitorização visam sobretudo avaliar as consequências dessa obra em termos de acumulação ou remoção de areia por ação do mar. Inicialmente a recolha de dados consistia no levantamento com recetores GPS, a pé ou em moto4, de perfis de praia. Atualmente são feitos levantamentos fotogramétricos com drones e com fotografia aérea convencional, obtida a partir de avião. São gerados modelos tridimensionais da praia, gerroferenciados com grande rigor, e são calculados os volumes de areia acumulada ou removida pelo mar, de ano para ano. Este estudo permite à APDL avaliar as consequências da ação do mar e decidir sobre a necessidade de execução de obras de manutenção.
Toda a informação recolhida é tratada num Sistema de Informação Geográfica (SIG) que permite a sua consulta e análise. São considerados todos os dados adquiridos pela equipa da FCUP e outros dados disponíveis em Portugal, como as fotografias aéreas históricas. A cobertura aérea mais antiga incluída no estudo data de 1947, foi fornecida pelo Centro de Informação Geoespacial do Exército, e foi georreferenciada com rigor pela equipa da FCUP.
Os dados resultantes deste projeto estão alojados num servidor de dados SIG, no CIIMAR. Podem ser consultados na forma de um WebSIG Para visualizar os dados clique na imagem abaixo.
Notas sobre os dados
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Ortoimagens
Cada uma tem a indicação da forma de aquisição: drone (UAV), fotografia aérea a partir de avião (Aer) e satélite de alta resolução (SAT). Têm no nome a respetiva data, ou pelo menos o ano, de aquisição. As imagens de drone têm pixel de 5 cm ou de 2.5 cm (a partir de 2018). Os mosaicos de fotografias aéreas têm resoluções entre 10 cm e 1 m. A única imagem de satélite tem resolução de 1 m e é do satélite Ikonos.
Os ortos mais antigos resultam de imagens analógicas digitalizadas fornecidas pelo Centro de Informação Geoespacial do Exército.
As camadas com a indicação "DGT" correspondem a dados externos, carregados através de ligações WMS da Direção Geral do Território (DGT). São coberturas de ortos de câmaras digitais, duas costeiras (2008 e 2014), com pixel de 10 cm, e duas nacionais (2006 e 2018), com pixel de 50 e 30 cm, e uma analógica, dos ortofotos de falsa cor de 1995, com pixel de 1 m (links acessíveis em https://snig.dgterritorio.gov.pt).
As restantes ortoimagens resultaram de projetos de investigação do CIIMAR e da FCUP ou de teses de mestrado (trabalhos em colaboração com colegas da UMinho, da UTAD e da FEUP).
A perceção da dimensão do cabedelo pode ser influenciada pelo nível da maré. Avaliações de crescimento são mais fiáveis através da informação altimétrica.
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Modelos digitais altimétricos:
O grupo de camadas "DEM ZH" contém seis modelos digitais de superfície (MDS), resultantes de processamento fotogramétrico de imagens de drone, todos com pixel de 20 cm. As altitudes são referidas ao zero hidrográfico, ZH, 2.00 m abaixo do datum altimétrico nacional (Cascais 1938), e estão representados com a tabela de cores apresentada na legenda.
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Curvas de nível
O grupo "Curvas de nível" contém as curvas de nível de cota 4 metros (acima do nível do mar, 6 m acima do ZH), para os seis MDS. Permitem avaliar o crescimento da praia, que foi de cerca de 80 metros de 2013 para 2020. Estima-se uma acumulação, nesse período, de mais de 400.000 m3 de areia, acima da cota 0 (2 m ZH).
Estão também incluídas camadas do Google Maps (imagem aérea de outubro de 2018) e Open Street Map.