GEOLOGIA

 

Do ponto de vista geológico a área envolvente é, essencialmente constituída por rochas silúricas metamorfizadas, constando numa alternância de filitos, xistos cinzentos e metassiltitos, com passagem a filitos, metagrés e metagrauvaques. Cortam a região, diversos filões pegmatíticos mineralizados fundamentalmente em cassiterite, columbotantalite e minerais de lítio. Ocorrem também filões de quartzo, substancialmente menos possantes, mas com mineralização semelhante à dos pegmatitos em termos de cassiterite. (clique aqui).

A zona coberta pelo Couto Mineiro de Vieiros localiza-se, em termos geológicos, na faixa xistenta de desenvolvimento NE-SW limitada a NW pelo rio Tâmega, a SE pelo rio Ôlo, afluente daquele, a NNE pelo ribeiro de Fontão, afluente menor do Tâmega e a SSW pelo contacto, de orientação WNW-ESE, com granito porfiróide grosseiro, biotítico-moscovítico  entre as proximidades das aldeias de Fridão e Torre (Neiva, 1992).e

 Existe clara tendência dos fenocristais para lineamento segundo WNW-ESSE a NW-SE. (Madureira et al., 2001)

            Os vales do Tâmega e do Ôlo estão muito encaixados, com alguns tramos ao longo de  falhas de orientação NE-SW. Os fundos daquele vale oscilam na região entre as cotas de 70 e 80 metros e os do Olo, entre  100 e 140 metros; e a cumeada entre os dois rios vai dos 250 metros a SW, passando por 347 metros (marco Meia Via) e 391metros, aos 500 metros a NE (Neiva, 1992).

            Na região afloram corneanas, passando, m certos locais, principalmente no relevos elevados, a micaxisto com andaluzite e cordierite; as corneanas, próximo e junto ao granito, têm silimanite, andaluzite e cordierite, que passam progressivamente a micaxistos com andaluzite e cordierite. Nestas rochas, intensamente dobradas, ocorrem intercalações esporádicas de metagrauvaques e, mais raramente ainda, de escarnito.

 Em Canadelo afloram filádios grafitosos com intercalações de lidito, formando um sinclinal repregueado, que se sobrepõe às formações anteriormente referidas. Formações similares àqueles afloram também 1400 metros a E do filão Grande de Vieiros (Neiva, 1992).

Todas estas rochas são do tipo de metamorfismo de contacto resultante dos eflúvios térmicos e químicos da intrusão granítica, tendo sido as rochas pré-existentes do tipo de metamorfismo regional do fácies dos xistos verdes (dominantemente filádios ou xistos luzentes, acessoriamente metagrauvaques e mármores dolomíticos) (Madureira et al., 2001).

            Todas estas rochas, de idade Silúrica (404 a 444 milhões de anos) se encontram intensamente dobradas, formando dois sinclinais separados por um anticlinal, com eixos na direcção WNW-ESSE, mergulhando entre 10° e 30° para WNW, manifestando a Sul, tendência para tombar para SSW. Uma fase posterior do dobramento hercínico corresponde a crenulação dessas dobras principais. A xistosidade dominante tem direcção axial (WNW-ESSE) e inclinação média de 60°  a 90° NNE. Ocorrem também alguns importantes.

Na região há diversos filões pegmatíticos, alguns deles com algumas centenas de metros de extensão, orientando-se segundo: NNE-SSW a NE-SW, com pendor WNW e NW, na região de Vieiros; NW-SE a NNW-SSE, pendor NE e ENE, na região de Fontão e a S; e, ainda, ENW-ESSE, pendor NNE, próximo ao Tâmega. Estão mineralizados por cassiterite, columbotantalite e minerais de lítio, havendo concessões mineiras neles demarcadas, como Alto da Praina, Fontão, Gresso, Pedras Brancas, VieirosI, Vieiros, Poça das Granjas e Ribeiro das Poças do Meio (Neiva, 1992).

Ainda segundo o mesmo autor, filões de quartzo, uleteriores aos filões pegmatíticos, têm estrutura lenticular, orientam-se mais frequentemente segundo NW-SE, passando a NNW-SSE, mas também ocorrem filões WNW-ESSE, NE-SW e NNE-SSW. Contêm mineralização qualitativamente similar à dos pegmatitos, mas no geral, mais pobre; têm alguma moscovite, principalmente nos encostos, e por vezes, clorite.

            Falhas E-W, inclinando 63°-75° N, por vezes inversas, cortaram os filões. Também foram afectados por falhas normais N 60°-75° E, 70°- 90° NNW e falhas subverticais N 15°-35° E.