Memória Scientífica

Maria Alzira Bessa almoster Moura Ferreira

3.ª mulher doutorada pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Química e Professora Universitária

Maria Alzira Bessa Almoster Moura Ferreira nasceu a 5 de janeiro de 1928, na freguesia do Bonfim, no Porto.
Era filha de
Inocêncio António Almoster e de Maria Augusta Pinto Bessa Almoster.
 

Em 1945 concluiu, com a classificação de 15 valores, o Curso Complementar de Ciências, no Liceu Nacional Carolina Michaëlis. 

Matriculou-se na Licenciatura em Ciências Físico-Químicas da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, no ano letivo 1945-46. A licenciatura viria a ser interrompida no ano seguinte, tendo concluído a mesma a 28 de julho de 1950, com 15 valores. 

Maria Alzira Bessa Almoster Moura Ferreira, em 1956. _Coleção: Arquivo do Museu Nacional de História Natural e da Ciência da Universidade de Lisboa
"Estudo sobre a Decomposição Espontânea do Ácido Hiponitroso" - tese de doutoramento apresentada por Maria Alzira Bessa Almoster. _Coleção: Biblioteca da FCUP

Iniciou ontem as provas de doutoramento em Ciências Fiísico-Químicas, a lic.ª Maria Alzira Bessa Almoster.

O Primeiro de Janeiro
12 de abril de 1957

A 12 de abril de 1957, Maria Alzira Bessa Almoster Moura Ferreira tornou-se a terceira mulher doutorada pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, a 4.ª em toda a universidade. Apresentou a dissertação “Estudo sobre a Decomposição Espontânea do Ácido Hiponitroso, sob a arguência de Alberto Carlos de Brito (1902-1975) e de António de Mendonça Monteiro (1908-1966), sendo aprovada por unanimidade com 18 valores no Doutoramento em Ciências Físico-Químicas 

Maria Alzira iniciou a sua carreira docente logo após o término da sua licenciatura. A 16 de novembro de 1950 tomou posse das funções de 2.º assistente, além do quadro, do 2.º grupo (Química) da 2.ª secção (Ciências Físico-Químicas). Realizadas as suas provas de doutoramento, ascendeu a 1.º assistente do mesmo grupo e da mesma secção, tomando posse a 11 de maio de 1957. As suas funções enquanto docente da FCUP terminaram, a seu pedido, em janeiro do ano seguinte, tendo prosseguido carreira, daí por diante, na Universidade de Lisboa.

Em 1958 iniciou funções como 1.º assistente do grupo de Química da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, posição que manteve até 1969, ano em que ascende à categoria de Professor Extraordinário do mesmo grupo. Em 1972 toma posse como Professor Catedrático. Jubilou-se em 1998.

Enquanto docente na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, foi responsável pela regência dos trabalhos práticos das cadeiras de Química-Física, Noções Gerais de Química-Física, Análise Química (1.ª parte) e Química Médica.

Estudantes e Professores do Curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências durante a Queima das Fitas de 1952. Maria Alzira Bessa Almoster Ferreira aparece em cima, a quinta a contar da direita. _Coleção: Arquivo da Reitoria da Universidade do Porto

Além da docência, o nome de Maria Alzira Bessa Almoster Moura Ferreira é reconhecido na área da investigação, nomeadamente nos domínios dos Processos Iónicos em Fase Gasosa, da Fotoionização, da Espetrometria de Massa, das Espetroscopias de Fotoeletrões e de Coincidência de Fotoiões-Fotoeletrões, dos Mecanismos de Reações IãoMolécula e da Termoquímica de Iões Gasosos. Iniciou os seus trabalhos de investigação, entre 1954 e 1955, como Bolseira do British Council no Imperial College of Science and Technology, em Londres. Em 1968 tornou-se bolseira do Instituto de Alta Cultura, no Laboratório Calouste Gulbenkian de Espetrometria de Massa e Física Molecular, em Lisboa. Desenvolveu ainda trabalhos na Université de Liège, na Bélgica, na Université de Paris-Sud, em Orsay, e no National Bureau of Standards, em Washington DC. 

Maria Alzira Bessa Almoster Moura Ferreira foi igualmente Presidente da Sociedade Portuguesa de Química (entre 1978 e 1981), Professor Diretor da Biblioteca Central da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (entre 1989 e 1991) e Subdiretora do Museu de Ciência da Universidade de Lisboa (entre 1991 e 1998). Nesse seguimento, veio a apresentar alguns trabalhos sobre o papel da Ciência, especialmente da Física e da Química, na Arte e na Conservação de Obras de Arte.  

Era casada com Tiago Augusto de Moura Ferreira.

Faleceu a 23 de setembro de 2008, aos 80 anos, na freguesia dos Prazeres, em Lisboa.  
Encontra-se sepultada no Cemitério de Foz do Douro, no Porto.

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