Notícia explicativa do mundo: coleções de cartografia na Universidade do Porto
8 Assim sendo, foi com os espaços e mobiliário já utilizados em outras exposições ou adstritos a outras funções que tivemos de trabalhar, organizando duas exposições cujos conteúdos, individualmente, se articulassem de modo a explicitar uma intenção que nos foi sendo comunicada e negociada pelos respetivos coordenadores científicos. Importa salientar que nestas duas exposições, para além da parcimónia na utilização de meios, bem como das contingências espaciais, ressalta, em ambos os casos, uma dualidade de necessidades de proteção dos elementos expostos, absolutamente antagónicas, atendendo ao valor intrínseco e à fragilidade ou não do objeto exposto. Se, por um lado, se expõe peças de cartografia antiga, algumas exemplares únicos, onde a necessidade de proteção física da obra é fundamental, mas em que o tempo de exposição será muito curto, por outro lado, na outra exposição, o tempo de amostragem será mais longo, onde se exporão exemplares de cartografia específica, com valor científico, mas sem grande valor físico. Resulta assim que na exposição na Sala do Fundo Antigo da Universidade do Porto, com a preciosa ajuda da experiência e conhecimento da Drª Marisa Monteiro, do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, a principal preocupação foi a de proteger as peças, dando-lhes o espaço expositivo que garantisse a evidência do seu valor patrimonial e científico, conferindo a dignidade necessária a cada uma delas. Na exposição patente na Biblioteca da FCUP, o mobiliário utilizado foi construído anteriormente com a necessária polivalência para poder albergar um vasto conjunto de elementos e está posicionado no local para onde foi pensado, tendo já servido para outras exposições que aí tiveram lugar. Neste caso, tendo em conta o descomprometimento na proteção de alguns elementos expostos, foi possível implementar uma condição expositiva mais direta, utilizando as potencialidades que os meios informáticos nos permitem usufruir, para expormos a temática com meios de comunicação mais homogéneos e mais apelativos. Resta dizer que em ambas exposições fizemos como os pioneiros da cartografia que, com parcos meios, registaram o essencial. Sigam as cartas! João Santos Arquiteto José Leite Arquiteto
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